Passadiços do Orvalho: escolha o melhor trilho

Os Passadiços do Orvalho e a Cascata da Fraga da Água d’Alta são as mais recentes atrações na região da Beira Baixa e prometem ser das próximas sensações em Portugal. Inseridos na área do Geopark Naturtejo, os Passadiços do Orvalho, localizam-se mais concretamente em Orvalho, no município de Oleiros e distrito de Castelo Branco. 

Passadiços do Orvalho e Fraga da Água d'Alta

O trilho dos Passadiços do Orvalho (PR3 OLR) tem uma extensão de 8,9km e é um circuito não circular. Calma, ao longo deste artigo vamos apresentar 2 opções diferentes para fazeres o trilho e que te vão ajudar a tomar decisões. Não se prendam muito ao conceito de “não circular”, até porque há uma maneira de começarem e acabarem no mesmo local. 
Este esclarecimento é importante porque quando fomos ficamos logo preocupados em arranjar táxi para voltar e não é de facto preciso. Por mais 1,5km conseguem fazer um percurso circular. 

Passadiços do Orvalho PR3

Passadiços do Orvalho

Antes de mais é importante realçar que os 8,9km não são sempre feitos em cima de passadiços. A maioria das fotos normalmente são alusivas às estruturas de madeira, mas grande parte do trilho é feito na terra. 
Importante: Os Passadiços do Orvalho são gratuitos, não existe nenhuma entrada onde se tem que pagar bilhete. 
A melhor altura para fazer a caminhada pelos Passadiços do Orvalho é sem dúvida nas estações intermédias, isto é, na Primavera e Outono. No Verão as temperaturas são muito altas e no Inverno, com a chuva e mau tempo, o piso pode tornar-se perigoso. 
Descarrega aqui o mapa e folheto oficial da GeoRota do Orvalho.

trilho Passadiços do Orvalho

Passadiços do Orvalho: a opção circular

Comecemos pelo público interessado em fazer todo o circuito e que ainda quer acabar no mesmo local onde começou. Esta opção é sem dúvida a mais viável e a que acabámos por fazer. Não sabemos de facto porque é que nos panfletos da GeoRota do Orvalho não apresentam esta alternativa, mas pronto. Estamos aqui nós para simplificar o processo. 

Torre Sineira Orvalho

O ponto de partida para caminhada será na Junta de Freguesia de Orvalho, mesmo no centro da aldeia. A partir daí vão logo ver informação turística relativa aos Passadiços do Orvalho e poucos metros depois, o primeiro ponto de interesse – a Igreja Matriz de Orvalho. Esta primeira parte do percurso é um pouco confusa porque se anda às voltas dentro da aldeia. Nós percebemos a lógica de promover o centro de Orvalho, mas torna-se repetitivo e as pessoas têm a expetativa de passear pela natureza. 

centro de Orvalho

Após se cumprir o 1/4 da caminhada nas redondezas da aldeia de Orvalho, passamos então para a segunda fase, onde se vão deparar com o cenário da foto abaixo. 

Passadiços do Orvalho placas

Se forem pela esquerda vão passar primeiro pela Cascata da Fraga da Água d’Alta e só depois pela Lagoa das Lontras. Na nossa opinião este é o melhor caminho. Porquê? Descer em direção à cascata é mais bonito e evita-se subir as escadas de madeira junto à atração. Podes também optar em ir pela direita, mas não te deixes iludir pelas indicações de distâncias “mais próximas” para as atrações, porque no final vais fazer os mesmos quilómetros. Se fores primeiro à Lagoa das Lontras, depois junto à cascata, vais ter que subir a escadaria que se vê na segunda foto.

Escadaria Cascata da Fraga da Água d'Alta

Cascata da Fraga da Água d'Alta

A Cascata da Fraga da Água d’Alta fica sensivelmente a meio do percurso, por isso podes tirar um tempo para descansar. Aliás, se quiseres comer alguma coisa, esta área é perfeita porque existem várias mesas e espaços para poderes fazer um pic-nic com o teu grupo. Os mais aventureiros podem sempre refrescar-se junto à queda de água da cascata. Embora o espaço não seja muito grande, também nunca há muitos corajosos a entrar na água bem fresca.

Cascata Fraga da Água d'Alta

Lagoa das Lontras

O percurso entre a Cascata da Fraga da Água d’Alta e a Lagoa das Lontras é, na nossa opinião, a parte mais bonita do trilho. Esta parte da caminhada é feita na companhia do curso de água que alimenta a cascata e posteriormente a lagoa. É uma zona bastante agradável para se passear. Isto porque é uma área com bastante vegetação, pelo que nos oferece mais sombras e nos leva ainda a uma maior interação com a mãe natureza.

Lagoa das Lontras

Por fim é também aqui que os passadiços e pontes em madeira ganham um papel de destaque, porque combinam na perfeição com a paisagem envolvente. Neste caso achamos mesmo que as pontes construídas para atravessar o curso de água foram uma excelente ideia e que tornam o local ainda mais incrível. 

trilho Lagoa das Lontras

Quando chegarem à Lagoa das Lontras, onde tem também um moinho em ruínas, não continuem a seguir o curso de água porque esse não é o caminho certo. Apesar do percurso estar, em geral, bem sinalizado, neste local há a tentação de seguir em frente e está incorreto. Quando chegares à lagoa é hora de virares à direita, fazeres uma subida ainda exigente, e rumares em direção ao Cabeço do Mosqueiro

Lagoa das Lontras subida

Miradouro do Cabeço do Mosqueiro

Depois de fazeres esta subida vais então voltar ao cruzamento com as duas placas de indicação para a cascata e a lagoa, já anteriormente citadas. A partir daqui já começamos a ver o Miradouro do Cabeço do Mosqueiro, que dita o final do percurso “oficial”. Nesta opção circular, o ponto de chegada é obviamente no centro da aldeia de Orvalho, onde começaram.

caminho Cabeço do Mosqueiro

Terminando os 6km de caminhada, olhar para o Cabeço do Mosqueiro e a quantidade de escadas que vais ter que subir, pode tornar-se desmotivador, mas acredita que no final vai valer bem a pena. 
Antes de isso acontecer o percurso passa ainda por outros dois pontos de interesse – a Calçada Romana e o Forno das Mouras. 

Cabeço do Mosqueiro

Embora o Google Maps não indique o caminho de carro até ao Cabeço do Mosqueiro existe uma estrada que vos leva até lá acima, a cerca 660m de altitude. De qualquer forma, o objetivo aqui é fazê-lo a pé, até porque o carro ainda está longe.
A paragem obrigatória antes de chegarem ao topo do Cabeço do Mosqueiro é este miradouro, com uma paisagem panorâmica maravilhosa, e com uma placa informativa sobre a Aldeia de Orvalho: 

miradouro orvalho
Aldeia de Orvalho história

O topo do Miradouro do Cabeço do Mosqueiro oferece uma vista de 360 graus incrível, pena a nossa não termos fotos do local devido a problemas técnicos. Mas enfim, não lembrando desgraças, a área tem muito boas infraestruturas de apoio, nomeadamente um parque de merendas com várias sombras, mesas de pic-nic e assadores.

vista para Orvalho

Tal como já referimos anteriormente, no percurso oficial o trilho acabava aqui, mas para nós durou mais 1,5km. Voltar ao centro de Orvalho é muito fácil, basta descerem o Cabeço do Mosqueiro e seguirem pela N112. Em 20 minutos chegam ao destino final. 

Passadiços do Orvalho: a opção de carro

É claro que não fazendo o percurso a pé perde-se grande parte da essência de visitar a GeoRota do Orvalho, mas compreendemos que existem pessoas com menos tempo para conhecer o local ou que não têm tanta facilidade em fazer este tipo de trilhos.
Por isso decidimos criar esta opção, que torna tudo mais fácil para pessoas que só querem conhecer o principal e não se querem cansar muito. Ora bem, o sítio que visitarás primeiro dependerá muito de onde vens, mas como a maior parte das pessoas vêm da N112 ou N238, a melhor opção será começar pelo Cabeço do Mosqueiro. Caso contrário deves começar pela Cascata da Fraga da Água d’Alta, que fica mais a Sul e numa estrada secundária (CM1197). 

PR3 Orvalho

Aquele grande monte que vês do lado esquerdo da imagem é o Cabeço do Mosqueiro e para lá chegares de carro é muito fácil. Apesar do Google Maps não dar indicações de carro, na N238 vais encontrar uma placa a dizer “Parque de Merendas | Miradouro” e é só subir por essa estrada estreita.

GeoRota do Orvalho

Estás a ver na foto onde estão os carros? Podes estacionar aí e basta desceres uma das duas escadarias para chegares à Cascata da Fraga da Água d’Alta. Melhores acessibilidades de carro eram impossíveis. Para encontrares este local no Google Maps basta procurares por “Passadiços do Orvalho” e chegarás a esta estrada (CM1197). 
Posteriormente, para chegar à Lagoa das Lontras, terás que andar um pouco, mas também vale a pena, porque esta parte do trilho é mesmo muito bonito. Após a Lagoa das Lontras a melhor solução é mesmo regressar pelo caminho por onde vieste e dá-se assim por terminado o passeio. 

Onde dormir?

Quinta do Ragal localiza-se em Lavacolhos, no concelho do Fundão, e é o local perfeito para a tua estadia na Beira Baixa.
Assim que procurámos um alojamento na área e encontrámos este alojamento de turismo rural e glamping ficámos logo convencidos. O nosso objetivo inicial era fazer uma escapadinha de fim-de-semana romântica e no meio da natureza, mas acabou por ser muito mais do que isso. Comecemos então por apresentar a nossa maravilhosa escolha para dormir, uma tenda yurt:

yurt quinta do ragal
Exterior da Tenda Yurt
interior do yurt
Interior da Tenda Yurt

Para quem não conhece, as tendas Yurt são tradicionalmente usadas pelos povos nómadas da Mongólia e outros países da Ásia Central. A sua estrutura interna é em madeira e a cobertura é normalmente em lã, pelo que oferece boas condições para dormir tanto no Verão como no Inverno. As tendas Yurt têm ainda a particularidade de terem no centro do teto um buraco. E porquê? Simples, era no centro das tendas que os nómadas faziam a fogueira e era uma maneira do fumo sair. 

Teto da Tenda Yurt
Teto da Tenda Yurt

Aqui, na Quinta do Ragal, o luxo é outro! Para além da cama confortável, decoração muito bem pensada e haver eletricidade, há ainda uma espetacular salamandra para aquecer os Yurts durante as noites mais frias. Escusado será dizer que o ambiente com uma fogueira acesa fica ainda mais romântico. 
Nota: a casa de banho, totalmente privada e equipada tal como se fosse num hotel, fica num anexo a poucos metros de distância da tenda.

Quinta do Ragal - WC
Quinta do Ragal - WC

Animais da Quinta do Ragal

Outro ponto alto da nossa estadia na Quinta do Ragal foi sem dúvida o contacto muito próximo com os animais do “Grand Hotel”. Todos os animais da quinta são dóceis e gostam, inclusivamente, da atenção do público. O melhor de tudo é que podes mesmo ter a experiência de pastar o rebanho de ovelhas, com a devida ajuda dos proprietários. 
PS: não se preocupem muito com o despertador, porque o Burro “Jacinto” é um autêntico relógio. Já que não há galo, há burro (que relincha todos os dias às 08h00 a pedir comida hahaha). 

Quinta do Ragal - GrandHotel
Quinta do Ragal - GrandHotel
burro quinta do ragal
Quinta do Ragal - Burro Jacinto
ovelhas quinta do ragal
Quinta do Ragal - Ovelhas
borrego quinta do ragal
Quinta do Ragal - borrego

Não há melhor maneira de começar o dia do que comer um belo pequeno-almoço, com produtos regionais e caseiros, e na companhia da Joana e do Paulo, proprietários da Quinta do Ragal. Foram bons os momentos de conversa e partilha de histórias com eles. O pequeno-almoço é servido no edifício principal da Quinta do Ragal, onde os proprietários residem (1ª imagem). 
Relativamente às restantes refeições do dia, informamos que existe um espaço na quinta onde podem cozinhar e armazenar comida. É um espaço muito agradável e super útil para quem quer poupar algum dinheiro ou fazer um belo churrasco. 

edifício principal da quinta do ragal
Quinta do Ragal - Edifício principal
Quinta do Ragal - cozinha
Quinta do Ragal - cozinha

Queremos realçar que para além dos Yurts existem também Bungallows, ideais para alojar famílias.
A Quinta do Ragal dispõe ainda de uma piscina natural, que funciona durante o Verão, e atividades adicionais, como por exemplo a olaria. 

Quinta do Ragal - Bungallow
Quinta do Ragal - Bungallow
Quinta do Ragal - piscina
Quinta do Ragal - piscina

Por fim, uma palavra de agradecimento muito especial à Joana e ao Paulo que nos receberam muito bem na sua quinta. Voltámos da nossa escapadinha de fim-de-semana de coração cheio e com a vontade de regressar muito em breve. 

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