É sempre importante estudar o destino antes de viajar. Mesmo com tudo organizado por agência, convém saber a realidade económica, política, social e cultural do país. Para além de leres as nossas dicas de viagem para Marrocos, deves estar também atento às notícias, redes sociais e às experiências passadas de família e/ou amigos. Vivemos num Mundo global, por isso não desperdices a oportunidade de recolheres mais informações.
Chamamos à atenção para este facto porque mesmo nós, que estávamos muito informados e cientes da realidade do país, cometemos erros.
Marrocos não é um país perigoso e não estamos a desaconselhar a visita, mas há que sobretudo prevenir, ter respeito e algum cuidado. Apesar da proximidade geográfica de Marrocos à Europa, as realidades são totalmente diferentes.
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Nós adoramos Marrocos e más experiências acontecem em todo o lado. Porém aqui acontece com mais frequência do que provavelmente a maioria das pessoas está habituada.
Por isso cabe-nos a nós partilhar as seguintes dicas de viagem para Marrocos.
15 dicas de viagem para Marrocos:
Religião: estima-se que 99% da população de Marrocos seja muçulmana, logo muitas ideologias são diferentes daquelas que estamos, em geral, acostumados.
- Roupa (dicas de viagem para Marrocos #1): esta recomendação é mais para as mulheres, porque para os homens é só preciso usar o senso comum. Apesar de ser um país que recebe muitos turistas é recomendável fazer escolhas de roupa mais adequadas, de forma a respeitar as diferenças culturais e criar empatia com os locais. Ninguém é proibido de vestir o que quiser, mas se não queres despertar olhares e receber comentários desagradáveis, será um bom ponto de partida para viver sem constrangimentos.
A regra é simples: os ombros e pernas das mulheres devem estar cobertos, nem que seja com um lenço. Assim sendo não uses roupa justa e decotes. Nas piscina dos hotéis obviamente que não existe problema em vestir fato de banho ou bikini.
- Atos de afeto em público (dicas de viagem para Marrocos #2): São pouco recomendados. Beijar, abraçar e dar as mãos à mulher são simples exemplos que deves tentar evitar. Se possível fazer apenas em privado.
- Ramadão (dicas de viagem para Marrocos #3): todos os anos, em datas diferentes, a maioria dos muçulmanos pratica o seu jejum ritual durante um mês, ou seja, todos os dias desse mês abstêm-se de comer, beber, fumar ou ter relações sexuais desde que o sol nasce até que o sol se põe. Implicações? Horários de comércio reduzidos e com o aproximar do pôr do sol as cidades param completamente. É a única hora do dia em que não vais conseguir arranjar nada. Fora isso apela-se apenas ao cumprimento das normas de boa conduta e a serem turistas exemplares, pois durante este período com o cansaço e stress acumulados da população, por exemplo, de não poderem comer e fumar, os ânimos exaltam-se mais facilmente.
- Mesquitas (dicas de viagem para Marrocos #4): por regra quem não é muçulmano não pode entrar nas mesquitas. Uma das raras exceções é a Mesquita Hassan II em Casablanca.
- Alimentação (dicas de viagem para Marrocos #5): o Islão proíbe o consumo de carne de porco e álcool. Em todos os supermercados vais encontrar álcool porque é destinado aos turistas, no entanto não o podes consumir em público e transportar na mão. Em todos os hotéis bebemos um copo de vinho à refeição e não houve problema. Alguns restaurantes servem álcool mas não é muito frequente.
Os pratos mais tradicionais em Marrocos são Tajine e Cuscuz, frequentemente acompanhados por frango, borrego, peixe ou vegetais. Também há carne bovina, mas pela nossa experiência, sempre que pedíamos um hambúrguer ou carne picada, tinha um sabor mais forte, parecendo saber sempre a borrego.
O chá de menta, com ou sem açúcar, é muito típico e vai-te ser servido bastantes vezes e não o deves recusar, porque é visto como um ato de boas-vindas, por parte de quem o serve.Quanto ao pequeno-almoço nos alojamentos o mais apresentado é sumo de laranja natural, café, iogurte, fruta e compotas para pôr no pão, croissant e /ou msemme (crepe marroquino).
Por último chamamos à atenção para o consumo de gelo e água não engarrafada, porque em muitos sítios a água não é potável. Por conseguinte podes ter problemas de estômago e intestinos.
Segurança: Este é um ponto muito sensível e se não tiverem o devido cuidado pode estragar-vos a viagem. Aconteceu-nos 2 episódios em Marraquexe, no mesmo dia, e não foi nada agradável. Marrocos tem evoluído muito devido ao grande volume de turistas por ano e às regras impostas pelo governo. Mesmo assim, se estes episódios acontecem todos os dias em grandes cidade Europeias, quanto mais em países em desenvolvimento, em que existem menos meios para tudo. Pode acontecer em qualquer lado por isso nunca se deixem iludir.
Bem acontecendo uma vez não te vais sentir novamente confortável a passear nas ruas.
Seguem-se alguns exemplos de esquemas, fraudes, burlas e roubos, que acontecem todos os dias:
- “Deixa-me mostrar-te o caminho” (dicas de viagem para Marrocos #6): não aceites orientações de ninguém, ignora! Eles, rapazes e homens de todas as idades, vão falar em todos as línguas possíveis para te fazerem sentir assustado e que eles são a solução. Estão a ser simpáticos e a querer-te ajudar?! NÃO! No final ameaçam-te e querem dinheiro.
- Não passes nesta zona (rua está fechada | estão a rezar | é feriado | não estás vestido corretamente) vem por aqui”: À semelhança do ponto anterior, situação para a qual já estávamos bem alarmados, desta vez os argumentos foram mais fortes e fomos vítimas.
O que nos aconteceu?! Fomos “guiados” por um miúdo de 15 anos, muito convincente, onde 5 minutos depois deparamo-nos num beco com 4 jovens a ameaçar-nos. Demos dinheiro, mas depois queriam mais, mais e mais… a nossa sorte é que tínhamos dinheiro dividido em vários locais. Levaram-nos 380 MAD = 38€.
- Preços inflacionados (dicas de viagem para Marrocos #7): isto poderá acontecer nos souks, tours e restaurantes. Relativamente ao souks tenta sempre negociar. Eles baixam quase sempre o preço. Nos restaurantes e tours tens que procurar sempre serviços com boas avaliações e guiar-te por fontes de informação seguras. Caso contrário vais acabar a pagar preços que não viste inicialmente.
- Táxis (dicas de viagem para Marrocos #8): Para além dos preços inflacionados, não usar taxímetro e pedir gorjeta, existem outras técnicas frequentes. A mais famosa é o sistema de comissões, onde começam a dar-te sugestões de lojas e outros locais para comprares artigos. O que acontece? Eles param o táxi mesmo em frente ao ponto recomendado e apresentam-te aos colaboradores da loja. Eles são todos muito simpáticos e colaboram, mas no final só querem que gastes dinheiro. A melhor opção é não entrares na loja. Se por acaso não for oportuno, diz que estás apenas a ver, não estás interessado(a) em nada.
- Vender itens falsos (dicas de viagem para Marrocos #9): Marrocos é conhecido pelos seus famosos fósseis e minerais, contudo é preciso esclarecer que muitos deles são falsos. Se te parecem perfeitos, idênticos e em grandes quantidade pode ser um sinal. Tudo que é verdadeiro tem um preço elevado.
As carpetes e o açafrão são também produtos populares nos souks. Frequentemente os vendedores afirmam que as carpetes têm mais de 100 anos e que foram feitas pelas tribos e colocam preços ridículos. São também capaz de insinuar que se venderes no teus país vais lucrar, o que não é verdade. Mais uma vez, tenta informa-te do preço antes de comprares com outros vendedores, colaboradores do hotel ou amigos que já compraram. O açafrão é caro e vulgarmente falsificado. A recomendação é cheirar a especiaria e nunca comprar num saco já embalado. Se a especiaria não tiver cheiro não é açafrão, pois o mesmo tem um cheiro intenso e forte.
- Não compres droga (dicas de viagem para Marrocos #10): É extremamente proibido e muitas vezes quem a vende são polícias à paisana para apanhar as pessoas em flagrante. Resultado? Vais direto para a prisão.
- Tours grátis (dicas de viagem para Marrocos #11): Por favor não cometas o erro de entrar neste esquema. Não há tours grátis, nem pessoas simpáticas para te mostrarem atrações. Este é um grave problema em Marraquexe e em Fez por causa dos curtumes. A estratégia consiste em convencer os turistas que se entrarem pela entrada principal vão pagar bilhete e o preço é elevado. Assim, mostram-se disponíveis para guiar-vos por ruas diferentes e não têm que pagar essa quantia. Uma vez mostrados os curtumes começam a pedir agressivamente muito, muito dinheiro pelo “tour”.
- Fotografias (dicas de viagem para Marrocos #12): Os marroquinos não gostam de ser fotografados. Por isso antes de tomares qualquer decisão pergunta primeiro se podes tirar foto. No que toca a fotografias com animais não tires! Para além dos animais serem explorados, os seus domadores “oferecem-se” para tirar-te fotografias mas no final se não pagares, normalmente, 100 MAD = 10€, começam a gritar para dares mais dinheiro.
- Pinturas Henna na praça Jemaa El-Fna (dicas de viagem #13): evita pinturas de Henna nas ruas de Marrocos porque a maioria das senhoras usam tinta de Henna preto. Ao contrário da tradicional, que tem tons verdes escuros e castanhos, esta mancha a pele de preto. Quando é aplicada na pele, pode parecer uma tatuagem real, mas na verdade pode criar reações alérgicas que podem causar bolhas, feridas e cicatrizes.
Conduzir: Era o nosso maior medo antes da viagem. A verdade é que é um autêntico desafio!
Dentro das cidades não é nada fácil lidar com a situação. É simplesmente conduzir sem regras. O mais caricato é mesmo a condução nos cruzamentos e rotundas, porque eles regem-se pela lei do mais forte e corajoso hahaha.
Sabem aquelas imagens de trânsito na Índia? Sinceramente é o cenário mais parecido, mas menos grave, que conseguimos descrever.
Espaços apertados, pessoas e animais a cruzarem a estrada a qualquer momento, ultrapassagens de risco e levar com buzinas a toda a hora são alguns dos exemplos. Se não és um condutor experiente e que lida bem com a pressão, a nossa melhor recomendação é: não conduzas!
Pondera bem e mentaliza-te que as distâncias são longas e que perdes pelo menos metade de uma dia a conduzir. A maior parte das estradas estão em bom estado, pelo que fora da civilização e com limites de velocidade de 50 e 80 kms/h, há a tendência de carregar um pouco mais no acelerador. Tem cuidado porque existe muita polícia e radares.
Nós apanhámos uma multa (150 MAD = 15€) porque íamos a mais 9km/h do que o permitido.
A nossa melhor sugestão é abrandares à entrada e saída das vilas. Há quase sempre polícias a controlarem as “fronteiras”, onde tens mesmo que parar o carro e aguardar autorização dos agentes policiais para passar. É também normalmente nestas áreas que controlam a velocidade.
- Rent-a-car (dicas de viagem #14): certifica-te que fazes a reserva com uma companhia mundialmente conhecida. Mesmo assim convém verificar os danos no interior e exterior do carro com um colaborador, para que nada escape. O único problema que tivemos foi na entrega do carro. Disseram que estava demasiado sujo e queriam que pagássemos uma taxa de limpeza. Nós não pagamos. Apenas fomos mais inteligentes que eles, e para não nos chatearem mais acordámos deixar dinheiro no porta-luvas, mas foi qualquer coisa como 3€ em moedas. Antes de assinarem o contrato leiam bem as letras pequeninas.
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SIM card (dicas de viagem #15): Compra SIM card para te ajudar na navegação. Quando não houver internet o google maps não fornece indicações passo a passo, mas já é uma boa ajuda.
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